Uma outra questão muito importante também, e que precisa ser esclarecida é que os seres humanos podem ser corrigidos, disciplinados ou recuperados por intermédio de dois métodos diferentes: O primeiro método é o do “olho por olho e dente por dente” (justiça rígida), o segundo é o de “dar a outra face” (amor e compreensão). O primeiro método é mais apropriado durante a fase educativa, isto é, durante o período em que a pessoa em questão ainda está em fase de aprendizado. A justa punição, quando bem aplicada, induz as pessoas a enxergarem seus erros e recomeçarem novamente. Entretanto, se já tiver transcorrido o adequado período educativo, a punição, ainda que justa, pode produzir ódio e revolta por incapacidade de entendimento da pessoa “mal formada”.
Portanto, após a fase educativa a punição já não funciona mais. Nesses casos, só o amor consegue recuperar o que já estiver perdido (se ainda houver recuperação). Observe que quando uma pessoa má (ou mal formada) comete um erro e recebe uma palavra de amor e compreensão, ao invés de uma punição, ela fica envergonhada e é induzida a meditar sobre a respectiva questão. Esse momento de vergonha e meditação abre espaço para arrependimentos e uma possível recuperação, que pode reverter todo tipo de mau comportamento. No entanto, existe também um problema: se a técnica do amor e da compreensão for utilizada indiscriminadamente, durante a fase educativa, ela pode induzir os mais rebeldes a se tornarem insensíveis e sem-vergonha. Por isso, devemos usar de justiça rígida para educar, e de muito amor e compreensão para reeducar e recuperar.
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