Ser livre é não ter vergonha de ser honesto e decente. Ser livre é amar-se a si mesmo e não permitir que seu corpo, sua mente ou seu coração sejam usados em seu próprio prejuízo. Ser livre é amar ao seu próximo e não servir de instrumento para prejudicar a ninguém. Ser livre é amar a DEUS com todo o seu coração, toda a sua alma e todo o seu entendimento, de tal forma que nenhuma força seja capaz de convencê-lo a tornar-se de novo escravo.
domingo, 2 de maio de 2010
O derrame das mulheres jovens
A engenheira Fernanda Tescarollo, de 33 anos, a moça de vestido preto na foto ao lado, é um exemplo da atual geração de mulheres superpoderosas. Perfeccionista, independente, duas vezes divorciada, progrediu rápido na profissão graças à combinação de trabalho duro e ambição. Ainda hoje, tem várias ambições. Quer voltar a lavar o rosto com as duas mãos. Quer ser capaz de imitar o Cristo Redentor, com os braços bem abertos, para corresponder a um abraço. Paulistana, mas apaixonada pelo Rio de Janeiro, quer se equilibrar sobre o salto alto e voltar a sambar na quadra da Mangueira. Exatamente como fazia até 2008, quando um acidente vascular cerebral (AVC) a obrigou a parar tudo e a rever tudo. “Se você não aprende a parar, a vida te para”, diz.
Fernanda tomava pílula anticoncepcional desde os 16 anos. Além disso, tinha crises frequentes de enxaqueca. Três vezes mais comum em mulheres, a enxaqueca aumenta o risco de derrame. Assim como a pílula. Na véspera do AVC, estava com dor de cabeça. Fernanda é funcionária de uma multinacional que fabrica lanternas e faróis para a indústria automobilística nacional e vivia um período de forte pressão. Tomou um analgésico e foi dormir. De manhã, continuava com dor. Enquanto se trocava para ir trabalhar, despencou no quarto. Sofreu um AVC extenso na região do lobo temporal direito. Os médicos precisaram submetê-la a uma cirurgia delicada. Uma parte da calota craniana foi retirada para que o cérebro tivesse espaço para inchar. Se isso não fosse feito, o edema cerebral aumentaria a pressão intracraniana e Fernanda morreria. Só depois de dois meses, a calota craniana foi recolocada. “Diante da gravidade do caso, a recuperação de Fernanda foi maravilhosa”, diz o neurologista Marcelo Annes, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Em 2008, o AVC provocou 97 mil óbitos no Brasil.
Fernanda faz parte de um grupo pouco conhecido de vítimas do AVC: o das mulheres jovens. Nos últimos cinco anos, 32 mil mulheres de 20 a 44 anos foram internadas nos hospitais do SUS por causa de AVC. Entre os homens da mesma faixa etária, houve 28 mil internações por AVC. A diferença é de 14%. Em todos os outros grupos etários (até os 19 e depois dos 50 anos), mais homens receberam tratamento. A partir dos 80 anos a situação voltou a se inverter. Como as mulheres são mais longevas, houve mais tratamento em pacientes do sexo feminino.
Na verdade, o total de jovens vitimadas pela doença pode ser ainda maior. Não se sabe quantas foram atendidas na rede privada e quantas simplesmente não receberam tratamento. Parte dos casos de AVC na juventude e na meia-idade é explicada pela exposição, cada vez mais precoce, a fatores de risco como hipertensão, colesterol alto, obesidade, diabetes. Isso ocorre em ambos os sexos. Mas existem situações capazes de aumentar o risco de AVC pelas quais só as mulheres passam. Eis as principais.
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Um comentário:
excelente matéria
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